Médio Tejo
Uma região, um jornal
O concelho de Gavião conta este ano com três locais de excelência no roteiro para este verão, sendo que além do ex-libris praia fluvial do Alamal, no rio Tejo, oferece ainda duas opções para quem prefere uma zona mais interior e rural, com piscina, zonas verdes e sombreadas no Parque da Ribeira da Venda, ou num complexo urbano ao estilo oásis, inserido no centro histórico da vila, caso da Eco Laguna junto à recentemente inaugurada Casa das Artes.
Porém, desde a abertura dos dois equipamentos, quer da piscina para adultos, inaugurada em 2021, na Ribeira da Venda – que veio complementar a piscina já existente para crianças até aos 14 anos -, quer a mais recente piscina descoberta na vila de Gavião, no complexo da Eco-Laguna, têm merecido a atenção não só dos habitantes locais, como de muitos turistas e visitantes que atravessam o território e que ali aproveitam para se refrescar e conhecer melhor a região, e têm registado centenas de utilizadores todas as semanas.
Se o balanço é positivo pelo sucesso destes investimentos colocados ao dispor da comunidade e de quem vem até ao território, por outro lado geram-se problemas que têm levado a autarquia a tomar medidas.
Em reunião de Câmara Municipal de dia 19 de julho, o executivo debateu o facto de tanto as piscinas do Parque da Ribeira da Venda, como a piscina descoberta Eco-Laguna estarem a ser frequentadas por grupos de utilizadores que desrespeitam as normas de utilização e aos quais se observa constante má conduta e comportamentos inadequados e desrespeitosos, pondo em cheque não só a fruição e convivência saudável em sociedade, como também provocam estragos nos equipamentos, deixam lixo e sujam os locais.
O vereador eleito pela CDU, Rui Vieira, referiu que nos últimos dias tem frequentado o espaço, tendo notado a ausência de funcionários, mas também presenciado a violação de regras de utilização da piscina, especialmente na de crianças.
Rui Vieira referiu que não se trata apenas de utilizadores de etnia cigana, mas também de turistas que vêm de fora. “As pessoas não cumprem, e tem que haver ali uma pessoa a regular a utilização. Ninguém vai ver as regras”, indicou, notando que na semana passada terá estado uma média de 150 a 200 pessoas no Parque da Ribeira da Venda.
O vereador descreveu algumas situações, caso de utilizadores que entram vestidos para a piscina e que começam “a cuspir para dentro de água”.
“Já não vejo pessoas do Gavião com os miúdos, já não vejo de Margem… não sei de onde vem tanta gente, pessoas de fora, que não conhecemos. É bom sinal. Mas as pessoas daqui não gostam de ver [a má utilização]”, alertou Rui Vieira.
Por seu turno, José Pio, presidente de Câmara de Gavião, assumiu que se necessário irá contratar segurança privada para as piscinas do Parque da Ribeira da Venda. Para já, aos fins de semana já existem seguranças na Eco Laguna, admitindo a Câmara Municipal que “as coisas melhoraram”.
A sua perceção coaduna com a do vereador da CDU, referindo que existem situações com grupos de etnia cigana que desafiam as regras, lembrando que chamou à atenção na Eco Laguna por duas vezes, tendo numa das vezes sido chamado de “racista”. Numa segunda vez, após tratamento desrespeitoso, o autarca deu indicação de se passará a chamar a GNR e que pondera a contratação de segurança privada.
“Vão ter que se habituar a respeitar as regras dos sítios onde moram. Eu vou a qualquer país, e respeito as leis desse país. Vou a casa de uma pessoa, e respeito a casa da pessoa”, insistiu.
“Com todo o respeito pelos dinheiros públicos, se tivermos que o aplicar no uso de segurança privada, vai ter que ser”, sublinhou José Pio.
O edil também deu conta de que há intenção colocar um funcionário responsável por tratar exclusivamente da água da piscina e entregar a gestão do trabalho à Junta de freguesia de Comenda.
Por outro lado, com recursos humanos escassos para assegurar as limpezas, foi feita contratualização para que o concessionário do bar, Atílio Domingos, fique também responsável pela limpeza de todo o espaço, de toda a propriedade, que é de cerca de 6 hectares e que passou para alçada do município após assinatura de escritura.
A autarquia irá reparar o sistema de rega, mas o concessionário terá de fazer a manutenção do espaço exterior e limpeza até final do ano, que inclui “a manutenção do leito da ribeira, limpeza do terreno, reporte de anomalias no sistema de rega, corte da erva em toda a propriedade, inclusive no terreno que serve de estacionamento.
Caso resulte, esta contratualização será renovada; se não, terá de ser contratualizado empresa externa no próximo ano para fazer o serviço.
Também prevista está a substituição de mesas de mobiliário urbano, nomeadamente 10 mesas do parque de merendas, mas a falta de mão de obra disponível para instalar os equipamentos e o atraso na entrega pelas empresas tem condicionado esta intervenção, indicou o vice-presidente da autarquia, António Severino.
Formada em Jornalismo, faz da vida uma compilação de pequenos prazeres, onde não falta a escrita, a leitura, a fotografia, a música. Viciada no verbo Ir, nada supera o gozo de partir à descoberta das terras, das gentes, dos trilhos e da natureza… também por isto continua a crer no jornalismo de proximidade. Já esteve mais longe de forrar as paredes de casa com estantes de livros. Não troca a paz da consciência tranquila e a gargalhada dos seus por nada deste mundo.
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