acao - Catarse foi a primeira plataforma de financiamento coletivo do Brasil - Gshow

acao – Catarse foi a primeira plataforma de financiamento coletivo do Brasil – Gshow

julho 10, 2024
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07/07/2012 07h52 – Atualizado em 21/05/2013 12h24
A plataforma online de financiamento coletivo, ou crowdfunding, que se popularizou nos Estados Unidos em 2008, durante a campanha do então candidato Barack Obama à presidência, chegou ao Brasil em 2011, com o site Catarse. O sistema permite que um projeto se torne real por meio da contribuição financeira de qualquer pessoa no mundo. O grande diferencial do crowdfunding é que todos saem ganhando, o idealizador do projeto, o colaborador e também a plataforma de financiamento, no caso o Catarse.
A iniciativa surgiu do interesse comum de empreender online. Os sócios já conheciam o sistema de financiamento coletivo e viram que no Brasil a plataforma não existia. Um deles, o paulista Diego Reeberg conta que o grupo começou a se unir em janeiro de 2011. “Eu tinha essa vontade e vi que várias outras pessoas também a tinham, em São Paulo, no Rio de Janeiro, em Porto Alegre. Criei um blog, o Crowdfunding BR, e conheci os outros sócios por ali”, conta. Desde então, há um ano e meio o Catarse arrecadou R$ 3 milhões para projetos, com a ajuda de 29.529 apoiadores.
O Catarse funciona como um comércio, onde o projeto deve oferecer recompensas de acordo com o valor que o colaborador paga. A plataforma se destaca por iniciativas de cinco gêneros: cunho cultural, empreendedorismo, jornalismo, projetos sociais e projetos políticos. Segundo Reeberg, muitos permeiam várias dessas áreas. “Um projeto audiovisual pode, por exemplo, ter cunho político”, diz Reeberg. Um exemplo foi o projeto que mais arrecadou recursos no Catarse, R$ 140 mil, para fazer um filme sobre a Usina Hidrelétrica de Belo Monte, no estado do Pará.
Os idealizadores do projeto estipulam o valor a ser alcançado para concretizar o trabalho e dividem essa soma em diferentes fatias. Cada pedaço, cujo mínimo é de R$ 10, oferece uma recompensa em troca, proporcional ao valor que se está pagando. Se o objetivo for alcançado no prazo máximo de 60 dias, o valor financiado pelos apoiadores é repassado ao idealizador do projeto, e este paga ao Catarse 7,5% da quantia recebida. Sendo assim, se o projeto não atingir o objetivo e não arrecadar a quantia estipulada, o valor pago pelo apoiador é devolvido.

Dos 500 projetos inscritos na plataforma, 250 obtiveram sucesso e foram realizados. Reeberg, entretanto, ressalta que existe um processo de curadoria inicial. “Todos os projetos que são inscritos no Catarse passam por um processo de inspeção. Verificamos sua credibilidade, seus objetivos e recompensas, além das referências dos idealizadores”, afirma. Para ele, trata-se de uma questão de segurança. Assim, apenas projetos aprovados são exibidos, e para tal devem ter objetivos claros e tangíveis, além de um valor estipulado compatível com sua meta.
O projeto Nossa Horta, apresentado pelo Ação, alcançou seu objetivo e arrecadou R$ 11 mil. O projeto tem como foco a reabilitação de pessoas com deficiência, a partir de trabalhos praticados em uma horta comunitária. Além de sua construção em Lima Duarte, Minas Gerais, a verba arrecadada serviu para pavimentar a área e levar o grupo a conhecer ecofazendas. As fatias de financiamento do projeto variavam de R$ 20,00 a R$ 1.000,00. Entre as recompensas havia visitas à horta, vale-verduras para retirada no local e até a hospedagem em uma cidade mineira para a fatia de financiamento máxima.

As recompensas oferecidas dependem do tipo de projeto, e se alternam entre agradecimentos nas redes sociais, comprovação de resultados, como DVDs e CDs, e até faixas de preço especiais para patrocinadores. “Elas são importantes para o site não ficar martelado como de doação e sim de troca de valores. Muitas vezes são trocas simbólicas”, explica Reeberg.

Para ser aceito na plataforma, o primeiro passo é ter um projeto bem estruturado e com objetivos claros. Em seguida, o idealizador deve inscrevê-lo no Catarse para financiamento coletivo, e esperar aprovação. Os sócios garantem que o prazo máximo é de quatro dias úteis para a verificação. Se aprovado, o idealizador deve correr atrás de divulgação, pois segundo Reeberg, os primeiros financiamentos são fundamentais. “Quando a barrinha de arrecadação sai do zero, o projeto torna-se mais confiável para outras pessoas apoiarem também”, explica.

O sócio brinca que nesse primeiro momento os familiares e amigos são os mais importantes, para darem um impulso na ideia. Algumas dicas dos administradores do Catarse ajudam na divulgação e, consequentemente, no sucesso. Para eles, um bom vídeo de apresentação do projeto é um primeiro passo. Assim, o projeto e seus objetivos ficam mais claros, e passam confiança. Em segundo lugar, vem a divulgação, etapa na qual as redes sociais pessoais representam um papel importante. E, claro, se bem-sucedido, o idealizador deve mostrar sua execução e os resultados aos que acreditaram e apoiaram.
 

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