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A ANECRA reuniu perto de três centenas de profissionais do setor automóvel sexta-feira passada, em Coimbra, no 17º Encontro Nacional de Comércio de Automóveis Usados para abordar os principais desafios deste segmento
No evento Roberto Gaspar, Secretário-Geral da ANECRA, fez um enquadramento ao setor referindo a sua relevância: “a indústria automóvel europeia gera todos os anos um superavit de quase 100 mil milhões de euros na balança comercial da União Europeia, emprega 7% da população e é o setor que mais investe nas áreas de investigação e desenvolvimento”, referiu Roberto Gaspar, que ressalvou o trabalho realizado pela ANECRA na área da sustentabilidade: ambiental, económica e social.
Sob o tema “As Grandes Tendências do Retalho Automóvel em Portugal”, Daniel Rocha, Strategy & Analyst Manager do Standvirtual, enumerou quatro tendências do setor: as vendas online continuam a ser reduzidas (apesar do consumidor pesquisar online o fecho do negócio é feito presencialmente); há um crescimento das vendas de veículos novos para empresas; uma descida nos preços dos veículos usados e uma maior depreciação dos veículos elétricos.
Seguiu-se o primeiro painel sobre o tema “Um Sector em Profunda Transformação”: iniciou com uma apresentação de Duarte Gomes Pereira, Secretário-Geral da ASFAC, que referiu que o crédito ao consumo e o crédito automóvel aumentaram em 2023.
Pedro Nuno Ferreira, Head of Automotive Business do CETELEM BNP Paribas, referiu as tendências atuais no crédito, dizendo que estas têm aumentado as taxas de juro nos créditos, reduzido as comissões de financiamento.
Por sua vez, Henrique Henriques, Director Comercial Automóvel, Banco Credibom, disse que podem existir boas expetativas no crédito, com um alívio esperado das taxas de juro. Miguel Mendes, Director of Consumer do Santander Consumer, entende que o conceito de mobilidade deve ser visto com cautela porque o mercado não entrou na mobilidade com a rapidez com que se previa no início da década.
José Carreira, North Commercial Coordinator, Cofidis Portugal congratulou-se com a parceria realizada com o Standvirtual, o que permitiu à empresa compreender a formação e distribuição dos produtos de crédito junto do mercado de usados.
Após o coffee break, Nuno Castel-Branco fez um enquadramento ao segundo painel sob o tema “Os Desafios Imediatos do Comércio dos Automóveis Usados”, referindo que em 2024 o mercado de veículos novos ainda não deve chegar aos valores de vendas pré-pandemia. Neste painel, Américo Barroso, Diretor da ANECRA e Administrador da Só Barroso, falou da importância que a descida das taxas de juro pode vir a ter na dinamização das vendas.
Nuno Braga, Administrador da Caetano Auto, referiu que a empresa está em contraciclo no mercado ao nível das vendas de usados (com um crescimento muito significativo nos últimos meses), referindo a especialização como um fator relevante.
Segundo Alexandra Santos, Marketing Manager da AM Confraria, tem havido cada vez mais procura de usados com mais idade e, por isso, mais baratos.
Manuel Coutinho, Vice-Presidente da ANECRA e CEO Grupo Motorpor, refere que poderá existir brevemente um excesso de carros usados no mercado devido a um possível ajustamento a efetuar pelas grandes rent-a-car.
Por sua vez, Nuno Carvalho, CFO da Brincar Automóveis, falou da venda de veículos elétricos, atualmente estarem assentes nos benefícios fiscais, pelo que o comportamento do mercado será uma incerteza quando acabarem os benefícios fiscais.
Entre várias intervenções ficou claro que o setor automóvel vive atualmente um momento ímpar na sua história, com vários processos de caráter disruptivo em curso, no entanto, apesar das inúmeras transformações, o segmento do comércio de automóveis usados é, cada vez mais, uma área de negócio que tem vindo a ganhar peso e relevância de forma absolutamente transversal aos diferentes operadores de mercado.
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