Redação Exame
Publicado em 16 de junho de 2022 às 09h00.
Última atualização em 5 de abril de 2023 às 19h17.
Comprar um veículo à vista pode ser uma boa opção, porque costuma-se evitar os juros cobrados pelas instituições financeiras. Mas a verdade é que nem sempre isso é possível.
“Sabemos que nem toda decisão financeira pode esperar”, afirma a educadora financeira Carol Stange. “Para casos onde a compra de um carro, seja ele novo ou semi novo, se mostre urgente, pesquisas de mercado devem ser feitas.”
O alerta tem razão de ser. As instituições financeiras oferecem diversas taxas de juros, desde o “sem juros” até mais de 10% ao mês. Essas taxas podem variar de acordo com o valor financiado e o score de crédito do cliente.
“Vale não se deixar levar por mensagens de ‘oportunidade imperdível’, ‘última chance’ e por aí vai”, afirma Carol.
Quando a escolha é por comprar um carro financiado, um ponto a se considerar é que as taxas dos financiamentos de veículos acompanham a taxa básica de juros, a chamada taxa Selic.
Carol comenta que, se ainda estamos no final do ciclo de alta da taxa Selic, isso significa que os financiamentos também estão encarecendo. “O momento não é o melhor para contratar novos financiamentos ou empréstimos”, recomenda.
De qualquer forma, é importante saber como calcular os juros de financiamento de veículos. Muita gente faz a seguinte conta: pega a diferença entre o valor a ser pago na opção financiada, subtrai o valor que seria pago à vista e divide o resultado pela quantidade de parcelas. Esse raciocínio, no entanto, não traz o resultado correto.
O cálculo de juros é mais complexo. Para descobrir a real taxa de juros cobrada, é preciso usar a seguinte fórmula:
Valor financiado = [{1 – (1+ taxa de juros) – prazo}/ juros] x valor da prestação
Em um exemplo prático, de um automóvel que custa 96 mil reais a prazo, em 24 parcelas de 4 mil reais, a conta ficaria assim.
96.000 = [{1 – (1+ taxa de juros) – 24}/ juros] x 4.000. O resultado dessa longa sentença matemática é 1,51%.
Não é nada simples fazer essa conta acima e, ciente disso, o Banco Central deu uma forcinha aos consumidores que querem financiar um veículo ao desenvolver a Calculadora do Cidadão, disponível no site da instituição. Para fazer a conta, basta acessar “ Financiamento com prestações fixas ” e inserir as informações.
Conhecer as taxas de juros de um financiamento de veículo ajudam o consumidor a não cair em uma oferta enganosa. Às vezes, a instituição financeira pode colocar os juros sobre taxas de administração e de abertura de cadastro, por exemplo, o que não é correto – e tendo clareza de como funciona o financiamento o consumidor consegue argumentar.
E para saber se a parcela cabe no bolso, as instituições financeiras costumam oferecer, online, um simulador de financiamento de veículo. No site do banco PAN é possível fazer essa estimativa e, com ela em mãos, se planejar melhor.
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