Desengane-se quem pensava que 2020 poderia não surpreender (ainda) mais. Pagarias 150 euros por mês para dormir numa carrinha, numa espécie de carro-quarto? A oferta existe agora nas cidades espanholas de Madrid e Barcelona, sendo a última invenção do polémico criador da empresa Haibu 4.0 – conhecido por ter importado também as chamadas “casas colmeia” (ou casas-cápsulas) para o país vizinho.
Segundo Marc Olivé, fundador da Haibu 4.0, depois de estudados “todos os regulamentos e leis em vigor [em Espanha], os ‘carros colmeia’ estão dentro da lei”. “Já temos a primeira ‘carrinha colmeia’ disponível e teremos mais na próxima semana. O conceito é muito simples: os moradores podem pernoitar nas carrinhas e nas casas colmeias, e depois ir para os locais com áreas comuns”, explica o responsável ao idealista/news.
A ideia de Olivé é que com este novo serviço as carrinhas sirvam de quarto e o utilizador possa cozinhar, tomar banho ou trabalhar nas instalações que a Haibu 4.0 disponibiliza aos seus utilizadores. Os preços variam entre 60 euros, para dormir apenas na carrinha, e 210 euros, no caso do cliente pretender combinar serviços. Um preço que vai chamar a atenção dos detratores da empresa, já que não estão longe de outras opções existentes no mercado espanhol, como por exemplo o arrendamento partilhado de quartos com os mesmos serviços mas… com melhores condições.
A polémica em torno das “carrinhas colmeia” está relacionada, desde logo, com as dimensões das mesmas. A versão mais básica, mais pequena (uma carrinha semelhante à usada pelos trabalhadores para transportar os seus materiais), tem menos de três metros quadrados (m2) e custa 60 euros por mês. Já o “veículo colmeia” médio tem pouco mais de três m2 e um preço mensal de 80 euros. Finalmente, a Haibu 4.0 dispõe de um veículo maior: uma carrinha com duas camas e cerca de cinco m2 que custa 150 euros por mês.
Foi em Barcelona que a Haibu 4.0 começou a desenvolver o seu modelo de negócio, importando uma tendência que já se verificava em várias cidades chinesas, entre outras de outras geografias, como por exemplo a Venezuela. O negócio foi depois replicado para Madrid, e avançou, apesar de todas as polémicas em torno do mesmo.
“O problema, tanto em Barcelona como em Madrid, é que (as autarquias) não compreenderam o conceito do projeto. Eles só se sabem desculpar, dizendo que este habitáculo é ilegal, mas obviamente que temos leis e artigos de urbanismo da Comunidade Europeia que nos protegem e protegem nosso projeto”, argumenta Marc Olivé.
O idealista/news não partilha este tipo de habitáculos nem os considera uma habitação. Apenas reproduzimos as palavras do seu criador neste artigo, após a realização de uma entrevista.
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O problema da habitação, que se vive em Portugal, também é uma realidade nas principais cidades espanholas está a levar os cidadãos a ter de viver como as abelhas. E não, não é uma metáfora. A empresa Haibu 4.0 chegou à capital catalã com o primeiro projeto de habitação partilhado no qual disponibilizará às pessoas “casas-cápsula” de três metros quadrados (m2) por 250 euros mensais. A iniciativa dá o pontapé de saída dentro de 15 dias, em Barcelona, embora os promo
Quando estiver terminado, o projeto “Ciudad Tiuna” será o maior complexo habitacional de Caracas. A iniciativa do governo venezuelano prevê a construção, em três fases, de mais de 25.500 casas em 240 edifícios. As mesmas podem começar a receber pessoas já no final do ano. Isto apesar de, desde 2011, apenas estarem construídos 30% dos imóveis.
As casas “colmeia” viraram moda na China. São edifícios altos e que têm capacidade para albergar muitas pessoas, que se habituam, depois, a viver apertadas e “umas em cima das outras”. Daí a designação de casas “colmeia”. Um bom exemplo deste tipo de construção encontra-se na cidade de Wuxi, na província de Jiangsu, que tem cerca de 6,4 mihões de habitantes e uma densidade de 1.330 habitantes por km2.
hong kong tem sete milhões de habitantes que vivem apertados em apenas 25% do território desta região chinesa, uma vez que 75% desse mesmo território são reservas naturais. o fotógrafo alemão michael wolf tirou fotografias fantásticas destas casas que mostram bem como os habitantes vivem, em cima uns dos outros
António Costa, eleito esta quinta-feira (27 de junho de 2024) presidente do Conselho Europeu, afirma que assumirá o cargo com “enorme sentido de missão”, empenhado em promover a unidade entre os 27 Estados-membros e a Agenda Estratégica para os próximos cinco anos.
Está em curso um novo ciclo de alta no setor imobiliário? Em abril, o índice de preços das casas em todo o mundo, excluindo a China, subiu mais de 3% em termos homólogos. Os preços das casas nos EUA estão 6,5% mais altos do que há um ano, os da Austrália aumentaram 5%, e em Portugal seguem a mesma tendência. Em outros países, o mercado parece surpreendentemente forte, face às altas taxas de juros.
A habitação tem sido um dos pontos de maior destaque da política espanhola, desde que Pedro Sánchez começou a governar em 2018. Nestes seis anos, avançaram alterações à Lei do Arrendamento Urbano, chegou a primeira Lei da Habitação, bem como o apoio ao arrendamento jovem. E, com a chegada da pandemia e as consequências económicas da guerra na Ucrânia, o aumento das rendas foi travado e os despejos foram suspensos. Agora, o objetivo do Governo de Sánchez passa por acabar com os vis