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Segundo Daniel Miari, cofundador da fintech, a expectativa é levantar entre R$ 300 milhões e R$ 400 milhões em captações ao longo deste ano
Danylo Martins
Ao longo de sua história, a plataforma de investimentos coletivos Inco enfrentou um cenário macroeconômico de sobe e desce dos juros básicos da economia. No início do negócio, entre 2018 e 2019, o país passou por um movimento de redução da taxa Selic. Com a evolução da pandemia e a aceleração da inflação, em março de 2021 os juros voltaram a subir, num ciclo que durou três anos. Hoje a taxa está em 11,75% ao ano, e o mercado espera que ela chegue a 9% até o fim de 2024.
Foi nesse ambiente que a fintech mineira não só “sobreviveu”, como também cresceu e está otimista com a expansão dos negócios neste ano. O volume captado na plataforma, por exemplo, atingiu R$ 550 milhões — R$ 200 milhões em novas ofertas somente em 2023. Já a quantidade de investidores cadastrados mais do que dobrou entre 2022 e 2023, para mais de 150 mil. A base ativa — com pelo menos um investimento — é de cerca de 33 mil pessoas.
De acordo com Daniel Miari, cofundador da Inco, a expectativa é levantar entre R$ 300 milhões e R$ 400 milhões em captações ao longo deste ano. A quantia inclui contratos já firmados em 2023 e que entrarão em vigor em 2024, assim como novas ofertas. “Somente neste primeiro mês do ano, devemos captar em torno de R$ 25 milhões. Também estamos com recorde de cadastros no mês — mais de 8 mil — e janeiro ainda não acabou”, diz o empreendedor.
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Outro plano para o ano é atrair investidores institucionais, como fundos, family offices e bancos. Hoje, as captações na Inco recebem aportes apenas de investidores pessoas físicas. “Trazer os institucionais será bom tanto para aumentar a receita da empresa, como também permitir estruturar novos produtos”, afirma o fundador.
Segundo ele, cerca de R$ 400 milhões — R$ 390 milhões, para ser mais exato — já retornaram aos investidores no decorrer da trajetória da Inco. Ao todo, foram mais de 800 operações realizadas na plataforma. “Temos histórico”, enfatiza Miari. Conforme o fundador, a inadimplência histórica da carteira é de 3,7%. “O grosso disso é de operações antes de nos tornarmos SEP. Em um dos casos, a empresa está pagando acordo. No outro, conseguimos reverter na Justiça.”
O empreendedor se refere ao período em que a fintech atuava apenas como plataforma de crowdfunding de investimento, sob a alçada da Comissão de Valores Mobiliários (CVM). Em 2022, a Inco recebeu aval do Banco Central (BC) para funcionar como uma Sociedade de Empréstimo entre Pessoas (SEP), mais conhecida como peer-to-peer lending (P2P).
De lá pra cá, a fintech ganhou musculatura. Na prática, tem condições de lançar novas modalidades de crédito com garantia real, assim como ampliou o tamanho das captações. “Antes da licença, fazíamos ofertas de até R$ 5 milhões. Isso mudou. Já fizemos contratos de R$ 42 milhões”, cita Miari. “Também escalamos as operações no mercado imobiliário.”
Além disso, a Inco iniciou em 2023 um movimento de diversificação dos mercados onde atua, assim como retomou as captações usando a licença de crowdfunding perante a CVM. Dessa forma, passou a estruturar debêntures — foram três no ano passado, somando pouco mais de R$ 10 milhões. A ideia, ainda, é avançar em setores como agronegócio e energia. “Esperamos captar pelo menos R$ 150 milhões em novos mercados.”
Apesar do apetite por outros segmentos, o carro-chefe segue sendo o setor imobiliário. As principais operações são com foco em projetos residenciais, incluindo Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE) e Minha Casa, Minha Vida. “Também passamos a atuar com o Plano Empresário, com financiamento da obra como um todo, além de adiantamento de recebíveis”, cita Miari.
Sobre novas captações para escalar o próprio negócio, o fundador da Inco diz que não está buscando, mas “está sempre aberto a conversar”. A empresa é lucrativa e tem caixa, segundo ele. Porém, o empreendedor não descarta firmar parcerias estratégicas. Um dos investidores atuais da fintech é a Bossanova.
Os negócios de investimentos alternativos vêm ganhando espaço nos últimos anos. De acordo com dados no site da CVM, atualmente há mais de 70 plataformas de crowdfunding em funcionamento no país. O modelo mais comum é o de investimento em startups, mas existem também aquelas que se dedicam a ativos reais, como a Hurst e a Ice Capital, entre outras.
No caso do P2P, hoje são 12 empresas que operam como SEPs autorizadas a funcionar pelo BC. No ano passado, o site parceiro Fintechs Brasil publicou uma matéria destacando os movimentos mais recentes no segmento, incluindo as aquisições da Mova pela Serasa Experian e a da Wise Money (antiga Wealth Money) pela EntrePay.
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