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Economia
25 fevereiro 2016 8:48
Jornalista
tiago miranda
25 fevereiro 2016 8:48
Jornalista
E se para comprar uma casa tivesse de se comprometer a fazer um empréstimo ao vendedor? O Santander Totta, o banco que comprou o Banif em dezembro, emprestou 1800 milhões de euros ao Estado português, de forma a não afetar o financiamento de 2016. Confusos? De acordo com o “Jornal de Negócios” desta quinta-feira, a venda do Banif não ficou só pelos ativos e passivos do banco – este empréstimo foi uma das condições do acordo de venda do Banif.
Como o Estado se viu obrigado a injetar cerca de dois mil milhões de euros no Banif à última hora, muitos falaram em quebra da meta do défice, que tinha ficado estabelecida nos 3% pelo Governo de Pedro Passos Coelho. O Estado português precisava rapidamente de financiamento.
A venda do Banif foi uma operação relâmpago, levada a cabo pelo Governo de António Costa, e cujos todos pormenores ainda não são conhecidos. Tudo ocorreu no espaço de três semanas: oficialmente foi o Banco de Portugal que tomou a decisão, mas foi António Costa que aprovou a injeção de capital público.
Para evitar que o financiamento para 2016 fosse afetado, o Governo acordou com o Santander Totta, no mesmo momento em que fez a venda do Banif, que o comprador teria de emprestar 1800 milhões de euros ao Estado. Segundo o “Jornal de Negócios”, a data da operação ficou nas mãos do Executivo e acabou por acontecer num momento crítico em que as taxas de juro da dívida portuguesa tinham disparado.
Ou seja, o dinheiro saiu por um lado mas entrou por outro. “Foi uma solução acordada na altura da resolução, que visou diminuir o esforço de financiamento do Estado em 2016”, confirmou fonte oficial do Santander Totta ao matutino económico.
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